Confesso que já lá tinha estado há muitos, muitos anos. Mas quantos?…
Lembro-me de ter lá ido num passeio de família numa tarde solarenga de Domingo, que usei a máquina que tinha na altura, a Pentax Super A e até experimentei uma lente que tinha recentemente comprado, a Sigma 400mm f/5.6. E lembro-me ainda de pensar que a melhor altura do dia para fotografar as casas da Costa Nova seria de manhã. Tinha de lá voltar!…
Mas há quantos anos tinha lá estado? Recorri ao meu arquivo de slides digitalizados (cerca de 13.000 slides ao longo de 20 anos, nada mas mesmo nada de espantar nos dias de hoje…) e que estão referenciados com um código de localização nas mais de 65 caixas de arquivo AGFA CS System.
No computador, rapidamente encontro os slides dessa tarde:
Vou buscar o slide à caixa 8, magazine A e posição 20…
… e a data surpreende-me: 15 de Outubro de 1989! Como é possível?… Como foi possível?…
Bem, fast-forward para Abril de 2017.
Estava uma manhã agradável de Primavera, com um Sol tímido que só se tornou mais intenso lá para a hora do almoço.
Procurei uma abordagem gráfica, jogando com os padrões geométricos, cores das casas e texturas que as sombras iriam realçar. E também procurei os detalhes, os pormenores que passam despercebidos mas que, numa conjugação de factores felizes, fazem com que o resultado possa ser inesperado.
Utilizei a Pentax 645D com a A*300mm f/4.0, a 6×7 Takumar 105mm f/2.4 e a A35mm f/3.5, fotografando com a ajuda de um monopé. O ideal teria sido usar o tripé para ter mais precisão nos enquadramentos uma vez que, seguir as linhas verticais ou horizontais, em casas de madeira, não é de fiar muito.
Nestas fotografias da Costa Nova versão 2017, a hora do dia e a presença do Sol, já alto, originaram fortes contrastes que fizeram sobressair as cores bem saturadas destas fotogénicas casas. Arrependido por fotografar a esta hora do dia? Nem por sombras…